terça-feira, 8 de setembro de 2009

Semana Internacional da Alfabetização no Brasil

Esta semana inicia o Congresso sobre alfabetização na UFU. Nós todos devemos abraçar esse tema tão importante para o Brasil.

"SEM A CURIOSIDADE QUE ME MOVE, QUE MEN INQUIETA, QUE ME INSERE NA BUSCA, NÃO APRENDO NEM ENSINO." (PAULO FREIRE)

Para comemorarmos o Dia Internacional da Alfabetização quero trazer à memória a campanha da UNESCO de 2008. Vocês se lembram qual era o tema?
“ALFABETIZAÇÃO É O MELHOR REMÉDIO”.
Eu reforçaria a campanha com o seguinte complemento: mesmo que seja por doses homeopáticas, com elementos naturais e levando assim um tempo maior para atingir os objetivos traçados, é necessário levarmos a sério e abraçarmos esta causa.
A comemoração do Dia Internacional de Alfabetização no Brasil ocorre desde 1930, ano da fundação do Ministério da Educação e Saúde Pública. Uma importante conquista do governo de Getúlio Vargas, que havia acabado de tomar posse. O dia Internacional da Alfabetização surgiu com objetivo de promover o ensino básico e alfabetização em todo o mundo. Sabemos que muitas ações se efetivaram para mudar um pouco a história do analfabetismo em nosso país.
Em 2000, o Brasil assinou o compromisso Educação para Todos, estabelecido durante a Conferência Mundial de Educação em Dacar. Entre as metas, está a redução das taxas de analfabetismo para 6,7% até 2015. Fonte: UOL e Terra
Sabemos que em muitos cantos do Brasil, ocorrem diferentes movimentos para diminuir o índice de analfabetismo, mas temos ainda um número considerável e precisamos mudar a página dessa história. Cerca de 10,38% da população - ou seja, 14,3 milhões de brasileiros - se declara analfabeta absoluta, ou seja, não sabe ler ou escrever um bilhete simples, de acordo com dados de 2006 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domícilios (Pnad), realizada pelo IBGE.
Segundo a UNESCO, para que a alfabetização seja útil e funcional, ela deve ser diretamente relacionada com a melhora da situação econômica e social. No Brasil, quase um terço da população possui baixos níveis de letramento. Entre os jovens e adultos, considerando-se aqueles que têm mais de 15 anos, cerca de 13% são analfabetos, ainda que um terço deles já tenha passado pelo Ensino Fundamental, são os denominados analfabetos funcionais.
Entre as crianças, mais da metade das que chegam à 4ª série não têm apresentado um rendimento adequado em leitura. Quase 30% dessas crianças não sabem ler. Isso é muito sério, caros colegas. Esses dados me levam a questionar: o que acontece com o nosso país? O que acontece em nossas escolas? Por que parte significativa de nossas crianças não se alfabetiza? Números não bastam, é preciso gerar qualidade no ensino.
A UNESCO e seus parceiros enfatizaram no ano passado, o quanto a alfabetização é significante para tornar as sociedades mais saudáveis, com ênfase maior nas epidemias e doenças contagiosas como a Aids, tuberculose e malária consideradas como principais preocupações da saúde pública mundial.
Com dados disponibilizados pela UNESCO o número de analfabetos com mais de 15 anos no mundo já alcança a marca de 771 milhões de pessoas, sendo que 75% destas pessoas analfabetas vivem em doze países, incluindo o Brasil.
De acordo com o PNE (Plano Nacional de Educação), em 2006 o Brasil deveria ter no máximo 3,7% de analfabetos, mas ainda possuía o índice de 10,4%. Se mantida a média, em 2011, quando a meta é extinguir o analfabetismo, o país ainda terá 10% de sua população sem saber ler e escrever;
No Brasil a antropóloga D. Ruth Corrêa Leite Cardoso, esposa do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, hoje falecida, contribuiu de forma significativa com a criação do programa Comunidade Solidária, que tinha como objetivo o auxílio às populações pobres, ao mesmo tempo em que gerava emprego e renda.
O problema do analfabetismo é real e urgente. Quero parabenizar o trabalho da Secretaria Municipal de Educação, feito nos últimos anos, por meio, principalmente do Programa Municipal de Erradicação do Analfabetismo - PMEA. Segundo dados do documento de Planejamento Urbano, em 2003 foram alfabetizadas 384 pessoas. Já em 2007 o número aumentou para 520. Porém, quero atentar que há ainda muito para ser feito. Por isso, termino minha fala com uma mensagem que merece séria reflexão da antropóloga D. Ruth Cardoso:
"Combater a pobreza não é transformar pessoas e comunidades em beneficiários passivos de programas sociais. Toda pessoa tem habilidades e dons. Toda comunidade tem recursos e ativos. Combater a pobreza é fortalecer capacidades e potencializar recursos.”
Que possamos ser agentes ativos na transformação de cidadãos. Cidadãos críticos, criativos, felizes e com habilidades capazes de mudar suas vidas e consequentemente a vida de nossa cidade, de nosso país.

Obrigado!

Vereador Adriano Zago

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