terça-feira, 8 de setembro de 2009

Vereador Adriano discursa sobre a Semana da Pátria


Discurso do vereador Adriano Zago por ocasião das comemorações da Semana da Pátria e da Independência do Brasil.

“Excelentíssimo presidente da mesa Hélio Ferraz, caros vereadores e vereadoras, assessores e cidadãos aqui presentes e também a comunidade que nos assiste pela TV.
‘É hoje o dia maior, que o Brasil tem tido; dia, em que ele pela primeira vez começa a mostrar ao Mundo, que é Império, e Império livre.’ Assim, foram às primeiras palavras de D. Pedro I, na abertura da Assembléia Geral Constituinte e Legislativa DO BRASIL no dia 3 de Maio de 1823.
Caros colegas, hoje se inicia a semana da Pátria que irá até o dia 7 de setembro, dia da Independência do Brasil. Muito temos que nos orgulhar, porém, aproveito essa oportunidade para trazer um alerta a todos nós, quero que este seja um momento de reflexão!
Não quero propor um país alheio às questões mundiais. Nem propor o fechamento de nossas fronteiras, o que acarretaria terríveis danos ao nosso país. Quero apenas propor uma maior valorização do que temos, do que somos e do que podemos melhorar!
Desejo, primeiramente, falar de independência do Brasil como sinônimo de nacionalidade, de orgulho pelo que somos. Parece-me que muito do que é feito descaracteriza a idéia de nação brasileira. Exemplos não faltariam: é a desnacionalização de nossa economia, a venda das nossas empresas, sejam elas públicas ou privadas; é a nossa inserção no mercado global, não como ator principal, mas como fornecedor de matéria prima e mão-de-obra barata.
Acredito que tudo isso fomenta uma “desnacionalização” dos nossos sentimentos. Parece que muitas vezes perdemos o orgulho de sermos brasileiros. Dissolve-se nossa identidade, e isso, como o escritor Sérgio Buarque de Holanda afirma em seu livro “Raízes do Brasil”, vêem desde os tempos da nossa colonização.
 As manifestações de nossa cultura brasileira foram trocadas pela importação de uma cultura globalizada. O pior de tudo, é que a culpa acaba sendo nossa, pois muitas vezes somos sufocados pela mídia e absorvemos tudo que nos é jogado pelos meios de comunicação de massa.
Vivemos num tempo em que as pessoas se constrangem, fogem de manifestar publicamente os seus sentimentos patrióticos, o seu orgulho nacionalista. Muitos jovens sentem-se desmotivados à, por exemplo, marcharem até Brasília e lutar por uma política menos corrupta, ou pior, usam desses eventos, apenas para zombarem e fazerem arruaça. Fico pensando como as nossas crianças, os nossos jovens vão se relacionar com os conceitos de nação, pátria, com a identidade brasileira? Isso muito me assusta!
E o que dizer de tantos escândalos políticos. Vemos uma nação desvalida ao expor as suas misérias morais. Os líderes políticos, que deveriam ser exemplo, são os mais desacreditados. Entretanto, não podemos nunca perder a motivação. Acredito, assim, que não exista uma ocasião melhor do que a Semana da Pátria para, proclamarmos a nossa decisão de resistir e lutar. Não somos um comércio, não somos uma colônia. Somos um país! Somos a pátria amada Brasil!
Devemos ser um país que tem auto-afirmação de sua identidade. Que todas as nossas riquezas, nossas inumeráveis e abundantes riquezas tenham como beneficiário o nosso povo, os nossos trabalhadores. Que a política econômica distribua de forma igual sua renda, crie empregos, gere o bem estar e a felicidade da nossa gente.
Que nosso país, que tanto sacrificou brasileiras e brasileiros, como Tiradentes, Frei Caneca, Zumbi, reviva hoje em nossa decisão de resistir, lutar e avançar.
Para nós, governantes, quero deixar palavras especiais: Que sejamos fortes e resolutos para percorrer o caminho da justiça, da transparência, do respeito ao nosso povo. Sejamos defensores de nossa pátria e do nosso patriotismo, de nossos interesses econômicos, mas também dos interesses sociais. Que possamos fazer parte da história brasileira como homens e mulheres que fizeram valer a pena ter orgulho de ser brasileiro.
Para que consigamos a verdadeira independência é indispensável o fim dos contrastes. É lamentável o abismo que se alarga entre ricos e marginalizados no país. Sem dúvida o 7 de setembro é o símbolo da conquista da autonomia política e administrativa do país, mas é indispensável que a democracia política corresponda à democracia econômica e à democracia social.
Somos uma nação moderna e potencialmente rica, situada entre as dez principais forças produtivas do mundo. Mas em contrapartida somos um país, em que as mansões são rodeadas de aglomerados subumanos, nos quais a fome é endêmica e perpetua-se a doença, a violência, a promiscuidade, a desesperança, as drogas, o tráfico.

Devemos, portanto encarar essa realidade com determinação e coragem moral. A maior prioridade governamental deve ser a redução do fosso que separa os detentores da riqueza dos exilados de toda esperança. São mais de 36 milhões de pessoas em condições miseráveis no país. Isso é lastimável!
Quero, por fim, encerrar minha fala de maneira positiva, pois apesar de todos os dados alarmantes, somos capazes de mudar esse quadro. Prósperos seremos quando chegarmos no dia 07 de setembro e pudermos olhar com orgulho para o passado e com esperança para o futuro. Principalmente, quando essa esperança estiver firmada na realidade, e não é apenas em um sonho vago e distante.
Obrigado!”

Nenhum comentário:

Postar um comentário