Semana passada foram iniciadas as sessões plenárias na Câmara Municipal de Uberlândia no ano de 2010. Hoje, o vereador Adriano Zago discursou sobre o meio ambiente, assunto que muito o preocupa. O vereador Adriano Zago e sua equipe têm apresentado projetos consistentes nessa área. Leia a íntegra do discurso e assista a um vídeo de conscientização ambiental exibido antes da fala do vereador no plenário.
"No fim do ano passado, observamos as discussões propostas pela A COP-15, 15ª Conferência das Partes, realizada pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, em Copenhague, um encontro de 192 representantes de governos, ONGs empresas e pessoas interessadas em saber como o mundo vai resolver a ameaça do aquecimento global à sobrevivência da civilização humana.
A grande preocupação do encontro se respalda nas previsões científicas das conseqüências do aquecimento global. Não é exagero. De acordo com o 4º relatório do IPCC – Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, órgão que reúne os mais renomados cientistas especializados em clima do mundo, publicado em 2007, a temperatura da Terra não poderá aumentar mais do que 2º C, em relação à era pré-industrial, até o final deste século, ou as alterações climáticas sairão completamente do controle.
Para frear o avanço da temperatura, é necessário reduzir a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, já que são eles os responsáveis por reter mais calor na superfície terrestre.
Diminuir a emissão de gases de efeito estufa implica modificações profundas no modelo de desenvolvimento econômico e social de cada país. Por exemplo, podemos reduzir o uso de combustíveis fósseis (petróleo, por exemplo), optar por matrizes energéticas mais limpas e renováveis, por fim ao desmatamento, à devastação florestal e mudar nossos hábitos de consumo e estilos de vida. Por isso, até agora, os governos têm se mostrado bem menos dispostos a reduzir suas emissões de carbono do que deveriam.
No entanto, se os países não se comprometerem a mudar de atitude, o cenário pode ser desesperador. Correremos um sério risco de ver:
- a floresta amazônica transformada em savana;
- rios com menor vazão e sem peixes;
- uma redução global drástica da produção de alimentos, que já está ocorrendo;
- o derretimento irreversível de geleiras;
- o aumento da elevação do nível do mar, que faria desaparecer cidades costeiras;
- a migração em massa de populações em regiões destruídas pelos eventos climáticos e
- o aumento de doenças tropicais como dengue e malária.
Durante o tão esperado encontro, observamos que muito se falou, mas poucos compromissos foram assumidos.
As preocupações legítimas com o fenômeno climático transmutaram a reunião da ONU num espetáculo pouco útil aos interesses do planeta, porém ao gosto de empresas que se beneficiam da paranóia em torno do assunto. Mas atropelos e desencontros da reunião de Copenhague não significam que o mundo está irremediavelmente fadado ao cataclismo.
Para resolver a questão, basta aplicar a máxima da gestão ambiental: Pensar globalmente, agir localmente. Dessa forma, é preciso pensar no mundo, mas agir em nossa volta, em nossa cidade, em nosso bairro, em nossa casa, em nosso carro.
O crescimento contínuo e progressivo de Uberlândia convida-nos a pensar em formas de administrar os conflitos próprios do progresso urbano, buscando a aplicação prática do dito desenvolvimento sustentável.
Conceito utópico para uns, verossímil e possível para aqueles que acreditam que é possível transformar um mundo em caos, num local apropriado e saudável para se viver, porque somos dotados de força de vontade e de inteligência.
Para tanto, é preciso que se estabeleça um compromisso entre o governo e a sociedade, trocando esforços, mudando posturas, cobrando atitudes próprias e um sério pacto social que garanta a qualidade de vida de nossos habitantes e a perpetuidade de nossos recursos naturais.
Pensando nesses fatos e conceitos, convido os colegas a pensar globalmente, agir localmente, priorizando neste ano de 2010 os projetos ambientais, estabelecendo um compromisso com a sustentabilidade e uma Uberlândia mais sustentável. Meu compromisso, como cidadão, como parlamentar, neste ano, será pautado no alicerce de instrumentos de gestão ambiental, coesos ao interesse público e uma cidade melhor, implementando as diretrizes da nossa própria COP 15.
Agradeço a atenção dos nobres colegas."
Nenhum comentário:
Postar um comentário