quarta-feira, 3 de novembro de 2010

DISCURSO SOBRE AS ELEIÇÕES E A DEMOCRACIA

Adriano Zago durante o seu pronunciamento

Sr. Presidente da Mesa Diretora, prezados colegas de vereança, público presente e telespectadores da TV Legislativa.
Chegamos ao fim de uma longa jornada. O povo brasileiro se manifestou e se manifestou com clareza. Em uma disputa tão longa e difícil como foi essa campanha, a eleita Dilma Rousseff merece o nosso respeito, por sua capacidade e perseverança inspirando a esperança de tantos milhões de brasileiros e brasileiras em um futuro profícuo com justiça social e respeito aos direitos individuais e coletivos.
Acredito que esse é o julgamento da população e teremos de refletir sobre isso com sinceridade e que realize a sua missão a serviço de todo o país.
Não podemos nos esquecer que toda eleição, não importa o quanto seja disputada, termina com uma expressão de união nacional.
Alguns retrataram a eleição presidencial brasileira como uma campanha de combate organizado entre inimigos. Como a guerra, é barulhenta e passional. A mídia tendeu a reforçar esse tema militar enfatizando a divisão e o conflito, com vencedores (as) e perdedores (as) em destaque em pesquisas de opinião semanais. Os (as) candidatos (as) lançam dúvida sobre a competência, o caráter e as qualidades de liderança dos rivais.
As organizações das campanhas presidenciais modernas trabalham para dividir o eleitorado em segmentos e depois consolidar ideologicamente a maioria desses blocos de eleitores (as). Essa estratégia fragmenta a nação em partidos, estados, regiões, etc. Cada eleição presidencial é considerada a mais disputada e acirrada. A nação, muitos comentaristas concluem, termina polarizada como nunca antes.
Entretanto temos que repensar e refletir pois quaisquer que sejam as diferenças político-partidárias, somos concidadãos (ãs) brasileiros (as). O sufrágio universal deu seu recado, e eu espero que a presidenta da República seja capaz de realizar sua missão. Sem sombra de dúvida a eleição revigora a democracia.
A partir da inestimável lição do teórico da Revolução Francesa, ABADE SIEYES, aprendemos que a legitimidade para o exercício do poder público somente pode ser perseguida e obtida, pelo uso constante de um instrumento estratégico: o voto, nas eleições periódicas, universais e secretas.
No seu famoso "Discurso de Gettysburg", proferido na Guerra Civil Americana, Abraham Lincoln exortava as virtudes do que chamou o «governo do Povo, pelo Povo e para o Povo». Ao fazê-lo e entre duas noções alternativas de democracia, proclamava a do "Governo do Povo" no sentido do governo em que participa o coletivo a população que se governa a si própria. Acentuava, por outro lado, o "Governo para o Povo" na perspectiva de que a finalidade do governo é o interesse público e que este deve ser exercido em benefício do povo, de uma forma direta ou indireta.
Emile DURKHEIM, no seu clássico Lições de Sociologia, entende a Democracia como: "... a forma política pela qual a sociedade chega à mais pura consciência de si mesma. Um povo é tanto mais democrático quanto mais considerável é o papel desempenhado, na marcha dos negócios públicos, pela deliberação, pela reflexão, pelo espírito crítico".
Cada um de nós tem o direito e o dever de contribuir para o fortalecimento da democracia, sonhando e vivendo a realidade da edificação diuturna de uma sociedade justa, solidária e livre. Este compromisso é o ideal capaz de mover a inteligência infinita na direção do interesse coletivo conciliando a liberdade e a igualdade que é o cerne da Democracia.
E o façamos, com ardor e persistência, sob o amparo firme da verdade constatada por Max WEBER: "... é absolutamente certo, e assim o prova a História, que neste mundo nunca se consegue o possível se não se tentar, constantemente, o impossível".

VIVA A DEMOCRACIA!

Meu muito obrigado.

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