quarta-feira, 16 de junho de 2010

O vírus ainda está à solta - Reportagem Jornal Estado de Minas

Com oito mortes e 170 casos em investigação, Minas está em alerta por causa do frio e das milhares de pessoas que foram à copa

Ameaça repetida em vários idiomas em 2009, a gripe suína, primeira pandemia do século 21, que atingiu 207 países e infectou 220 mil pessoas, aos poucos vem mostrando suas garras e poder novamente. Um ano depois do pânico mundial, o influenza A (H1N1), que deixou marcas inesquecíveis e lembranças amargas em quem foi vítima, não adormeceu e continua tirando a vida de muitos. Nos cinco primeiros meses deste ano, 64 pessoas morreram contaminadas pelo vírus no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. O último óbito foi no fim da semana passada, em Santa Catarina, de um jovem de 24 anos. Em Minas Gerais, já são oito mortes, sete delas confirmadas e uma à espera de diagnóstico, além de 170 casos em investigação.
Os cuidados continuam os mesmos, mas as autoridades de saúde já acenderam o alerta amarelo para esta época do ano, que, além do frio, traz um agravante: a Copa do Mundo, porque milhares de torcedores viajaram para a África do Sul e podem trazer na bagagem várias doenças, entre elas o vírus da gripe do século. Nos próximos dias, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES) lança o protocolo de atendimento às pessoas infectadas. Alguns hospitais, como no ano passado, serão referência para o tratamento de pacientes.
De acordo com a gerente de Vigilância Epidemiológica da SES, Márcia Cortês, no ano passado foram 2.293 casos confirmados da doença no estado e 181 mortes. “Em 30 de abril de 2009 houve o primeiro registro do H1N1 em território mineiro. Mas junho foi o pico de contaminação. Não acreditamos que este ano teremos número parecido de notificações. Temos um fator forte que é a vacinação. Mas mesmo assim estaremos atentos àqueles que apresentarem sintomas mais graves da gripe, para que possamos monitorar se há ou não mutação do vírus”, afirma.
Ela não descarta a Copa do Mundo como um agravante para o cenário epidemiológico. “A nossa orientação é se o viajante regressar ao país com algum sintoma, deve procurar um médico imediatamente. Já orientamos todos os profissionais de saúde para estarem atentos. A vigilância, a partir de agora, tem que ser redobrada. Não podemos baixar a guarda”, diz, acrescentando que 90% dos casos de gripe registrados são de H1N1.
Segundo o infectologista Estevão Urbano, mesmo com os números atuais, não há motivo para pânico. “A tendência é de termos menos problemas do que no ano passado”, avalia, apontando a imunização como grande fator de contribuição para a melhora do quadro epidemiológico. “Embora a cobertura não tenha sido perfeita, a vacina é uma grande arma.” Apesar de otimista, Estevão pondera que nesta época do ano qualquer viagem para ambientes frios aumenta as chances de contrair uma virose. “A África do Sul está com temperaturas baixas. Lá, o fluxo de pessoas é grande. O risco de contaminação é real. Por isso, é possível que tenhamos um número alto de infectados pelo vírus, já que o inverno este ano será mais rigoroso e longo.”

LIÇãO

Enquanto os números não são tão alarmantes quanto os do ano passado, quem sentiu de perto o poder da doença não a esqueceu e tirou lições. Hoje, Rodrigo Novelli completa 28 anos. Por pouco, esse aniversário não ocorreria. Com 94% de chances de morrer, ele foi, no ano passado, um personagem da nova gripe em Minas. Paciente com o caso mais grave da doença no estado, ficou internado no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG) durante 71 dias, 45 deles no centro de terapia intensiva. Foi em 19 de junho que ele sentiu os sintomas.


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